domingo, 5 de dezembro de 2010

IV Festival de vídeos Curta a Vida



Arte: Rafaela Tavares

ENXERGANDO O FUTURO

Publicado em 5/12/2010, às 10h29



Bárbara Borges

Com o objetivo de estimular a criação e difusão de vídeos por adolescentes e despertar o interesse por atividades culturais, a ONG Ideais (Instituto de Desenvolvimento, Estudos, Ações e Implementações Sociais) realiza desta terça até sexta-feira, dia 10, o IV Festival de Vídeo Curta a Vida. A programação conta com oficinas, em dois dias, competição e apresentação dos curtas inscritos e exibição de "A Morte Inventada", seguido de um debate com o diretor do filme, Alan Minas, para encerrar o evento.

Os interessados em participar das oficinas devem se inscrever até amanhã no programa Gaia, das 8 às 16 horas por uma questão de controle das vagas. Para participar do concurso de curtas, a inscrição acontece no mesmo lugar. Os interessados devem levar uma (1) cópia do seu curta metragem em DVD e preencher uma ficha. Os vídeos podem ser feitos com qualquer tipo de máquina digital em até quatro minutos de duração. O tema é livre e cada participante pode inscrever até dois vídeos. As oficinas são gratuitas e abertas para jovens de 12 a 18 anos. Para o festival, todos os interessados podem enviar vídeos, mas só participam da competição pessoas na faixa etária mencionada.

O projeto está em sua quarta edição e tem como palavra de ordem, entre seus organizadores e apoios, a ampliação. A ideia é conseguir abranger um número cada vez maior de jovens e conquistar ainda mais parceiros. Os últimos que abraçaram a causa e recebem os cumprimentos da instituição foram a Aciap-VR (Associação Comercial Industrial e Agropastoril de Volta Redonda) e o Gacemss (Grêmio Artístico Cultural Edmundo Macedo Soares Silva), que ainda cederam espaços para algumas atividades e a FIA (Fundação para Infância e Adolescência).

- Estamos tratando essa edição como o ano da transição, ampliação. Estamos, inclusive, realizando novas atividades que podem nos ajudar para os próximos eventos - explica a portuguesa de passagem pelo Brasil e voluntária da ONG, Margarida Pereira.

O Festival de Vídeo Curta a Vida é de idealização do terapeuta Roberto Carlos da Silva, ele acredita que os vídeos e o projeto, em geral, podem levar esses jovens a desenvolver o lado artístico, agregando cidadania às suas vidas. A ideia é trabalhar com jovens da cidade e de toda a região com essa proposta de imagens; usando o que eles veem no dia a dia e transformando toda essa bagagem com uma visão mais poética. Além disso, será possível criar uma interface com os projetos que vão realizar daqui pra frente, com aspectos técnicos.

- Nossa preocupação também é absorver a atenção deles. E escolhemos vídeos e oficinas ligadas ao tema, por ser algo agradável, atual e envolvido com tecnologia - adianta.

Para colocar em prática essa iniciativa, o grupo de voluntários e profissionais da ONG visitou escolas públicas apresentando a ideia e as motivações, como um convite e estímulo aos jovens para participar.

- Começamos convidando porque queremos ajudar e convidar, mas só podemos fazer isso com quem quiser realmente aprender e se dedicar. E estamos abertos pra receber o maior número de jovens - completa Margarida.

Pelos jovens e para jovens

Quanto à programação, os primeiros dias, terça e quarta-feira, serão marcados pelas oficinas. São quatro, ao todo. As da parte da manhã serão iguais nos dois dias e funcionarão de 10h até meio dia, na sede da Aciap-VR. A primeira delas trata das rimas, com atividades ligadas à formação das músicas e poesia, ministradas pelo professor Douglas. Para encerrar a manhã: "Olhos de Cinema", sobre a manipulação da câmera e iluminação.

Na parte da tarde, as oficinas serão mais independentes. Uma delas vai tratar sobre filmes de animação com explicações dadas pelo ministrante Rafael, sobre como são feitos e funcionam. E vai acontecer em uma sala da Fundação CSN. A outra sobre Produção e Roteiro será realizada em duas partes e acontece na Aciap-VR. No primeiro dia, os interessados terão informações sobre produção com o artista e produtor teatral Marcelo Bravo. No dia seguinte, as explicações ficam por conta de Alexandra Garnier, sobre roteiro - ela inclusive vai fazer o lançamento do seu novo curta sobre a solidão. Para fazer o deslocamento dos alunos de uma oficina a outra, haverá um ônibus da instituição à disposição.

Na quinta-feira, será o dia das apresentações dos curtas inscritos, no teatro Gacemss 2, a partir das 14 horas. Todos os vídeos serão mostrados ao público, depois os participantes serão julgados por cinco jurados nos quesitos criatividade, roteiro e mensagem educativa. A parte técnica também será levada em consideração, mas sem muito rigor.

O último dia será voltado para profissionais ligados à área da psicologia, assistência social e voluntariado em geral. Também no teatro Gacemss 2, a partir das 14 horas, será exibido o filme "A Morte Inventada", seguido de um debate com a participação do diretor, Alan Minas. O documentário trata da alienação parental, um assunto que causa curiosidade e, certamente, desconhecimento entre a maioria.

- Nosso trabalho é trazer os jovens para esse meio. Acreditamos que podemos fazer crescer essa ideia de engajamento social através da formação de uma realidade mais voltada para a arte e cultura. Criar esse laço - explica o idealizador, Roberto.

Sucesso de anos

O projeto teve inicio em 2007, tendo em vista a ampliação do olhar dos adolescentes, desenvolvendo a autoestima e a criatividade, por meio de oficinas de grafitte, hip hop e produção de vídeos. Ao final, foi realizada uma mostra de curtas por escolas e grupos de da região, e o vencedor foi escolhido pelo júri popular. No ano seguinte, o evento cresceu, com oficinas de teatro, fotografia, roteiro com temática a ser desenvolvida livremente, envolvendo jovens que cumpriam medida socioeducativa e em tratamento para uso de drogas.

A terceira edição foi realizada com oficinas que duraram cerca de seis meses, com o objetivo de trabalhar os adolescentes em vários setores do mercado audiovisual e desenvolver a consciência sobre o cuidado e preservação do meio ambiente; oficinas de teatro, animação, grafitte, cinema e vídeos com o tema ecologia, além de visitas em entidades que trabalham em defesa do meio ambiente.

A quarta edição acontece este ano e promete sucesso, mais uma vez.

- Queremos melhorar cada vez mais. Essa é uma forma de dar oportunidade e uma alternativa aos jovens sobre o que fazer. É uma maneira de colocá-los para pensar criativamente. Mostrar outras áreas para atuação profissional e educar. Ocupar o tempo livre em uma diversão que pode ser compartilhada com os amigos. Estão todos convidados - finaliza Margarida, cheia de expectativas.